quarta-feira, 16 de março de 2011

História da Educação de Surdos I

                                                    Actividade 3
Responda às seguintes questões com base na unidade 2 do manual de História da Educação de Surdos I:
1. Caracterize a situação social da pessoa surda no Egipto.

Os Surdos eram adorados como deuses. Os egípcios acreditavam que estes transmitiam mensagens secretas dos deuses ao Faraó, que por sua vez as transmitia ao povo.
Assim, os surdos serviam de mediadores entre os deuses e os faraós.
Era uma forma dos faraós imporem o seu poder ao povo, legitimado por pessoas especiais que tinham ligação aos deuses.
Por serem vistos como seres estranhos com uma forma diferente de comunicar, a população, em geral, temia-os e respeitava-os.






3. Caracterize a situação social da pessoa surda na Grécia.

Para os gregos, os surdos não eram seres competentes pois defendiam que o pensamento só se desenvolvia através da língua oral e como tal consideravam-nos incapazes de raciocinar e não lhes davam educação.
Aristóteles defendeu que eram não-humanos. Para os gregos eles não tinham direitos, eram marginalizados como os doentes e chegaram a ser condenados à morte.
Mas o filosofo Sócrates achava lógico e aceitável os surdos comunicarem naturalmente usando as mãos, a cabeça e outras partes do corpo, por estarem privados da audição.



4. Caracterize a situação social da pessoa surda em Roma.

Os romanos foram muito influenciados pelos gregos, por isso, a sua posição em relação aos surdos era igual.
Também viam o surdo como ser imperfeito e indigno de pertencer à sociedade.
Lançavam as crianças surdas, possivelmente, apenas as pobres, ao rio Tibre, ao cuidado das Ninfas.
Em 529 d.C., o Imperador Justiniano criou uma lei não deixava os surdos possuir propriedades e impedia-os de celebrar contratos e redigir testamentos.
A lei chamada de Código justiniano, influenciado pelo talmude, distingue cinco categorias diferentes de surdos:
- Os que nasciam surdos e mudos;
- Os que ficavam surdos e mudos em vida;
- Os que nasciam surdos, ma não ficavam mudos;
- Os que ficavam surdos em vida sem perder a fala;
- Os que eram só mudos.
Na sociedade romana, os que nasciam surdos e mudos não tinham direitos nem obrigações. Não podiam possuir propriedades, nem celebrar contratos.
Como não podiam possuir terras nem títulos, as heranças a que tinham direito passavam para os seus parentes mais próximos.
No entanto, os surdos que falavam tinham direitos legais. Podiam ter propriedades, casar e redigir testamentos.
A capacidade da fala era, portanto, decisiva para o enquadramento legal das pessoas surdas.



5. Caracterize a situação social da pessoa surda na Idade Média.

Na Idade média a doutrina da Igreja Católica era um factor de união.
Santo Agostinho (354-430 d.c.) acreditava que os que tinham filhos surdos estavam a pagar pelos seus pecados. Também defendia que os surdos podiam aprender e transmitir conhecimento através de gestos.
A igreja Católica, até à Idade Média, acreditava que a alma dos surdos não era imortal porque não diziam os sacramentos. Até ao século XII, não se podiam casar.
Em 700d.C., em York, um Arcebispo inglês, John de Beverley, ensinou um surdo a falar. É o primeiro documento acerca da tentativa de ensinar uma pessoa surda a falar, contrariando as ideias de Aristóteles que defendia que os surdos não podiam ser educados:

Um rapaz que não ouvia nem falava interrompeu o Arcebispo de York, enquanto este rezava. O Arcebispo interessou-se logo, pois o rapaz pareceu-lhe muito esperto. Começou de imediato a ensiná-lo a ler e escrever, em segredo.



6. Elabore um documento de reflexão sobre a situação social da pessoa surda na Antiguidade (máximo duas páginas A4).

Na Antiguidade os surdos eram tratados de forma diferente por culturas diferentes e daí resultaram muitas injustiças sociais e tratamentos por vezes desumanos.
Para os egípcios os surdos eram considerados seres especiais, quase como deuses pois eram eles que recebiam as mensagens dos deuses e as davam ao Faraó que por sua vez as transmitia ao povo. Os surdos causavam medo e respeito nas pessoas pelo que deviam ser bem tratados.
Na Palestina, a Lei hebraica fazia distinção entre os que são surdos e mudos, os que são só surdos e os que são só mudos e de acordo com a categoria em que eram incluídos estavam sujeitos a limitações, por exemplo ao nível da posse de bens e do casamento.
Os gregos foram talvez os mais cruéis e injustos para os surdos pois eles eram completamente postos à parte da sociedade. O ideal grego era de perfeição, então os seres que não usam uma língua oral eram considerados imperfeitos e incapazes de ter raciocínio e não eram educados. Contudo Sócrates já considera normal usar as mãos para falar.
Os Romanos foram influenciados pelos gregos e tratavam os Surdos de modo idêntico.
Na Idade Média e sob o domínio da Igreja Católica, os Surdos também eram descriminados na sociedade. Santo Agostinho acreditava que ter um filho Surdo era castigo e a igreja achava que a alma deles não era imortal pois não faziam os sacramentos. Até ao século XII não podiam casar.
Em York, no ano 700 d.C., um Arcebispo inglês, John Beverly, conseguiu ensinar um rapaz surdo a ler a escrever e por esta razão é considerado por alguns escritores o primeiro educador de surdos da História.
Através deste breve resumo podemos constatar que todas as culturas mencionadas colocavam os surdos de parte mesmo que por razões positivas como no Egipto. Aos surdos não eram dados direitos iguais aos dos outros cidadãos. Outro aspecto que é de chocante é o facto de os gregos e os romanos acharem que por não expressarem o seu pensamento através de uma língua oral, os surdos não tinham raciocínio lógico e então não eram educados.
 Ser Surdo parece que sempre foi e infelizmente ainda continua a ser para algumas pessoas um motivo para descriminações.


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