sexta-feira, 18 de março de 2011

História da Educação de Surdos I


História da Educação de Surdos I

                                                                   Actividade 4

Efectue um resumo da Unidade 3, referindo os principais educadores de surdos na Idade Moderna, as metodologias de ensino que defendiam e quais as consequências para o ensino de surdos, a nível europeu.

Pedro Ponce de Léon foi o primeiro professor de surdos e foi com ele que se começou a verdadeira educação dos surdos a nível mundial. Viveu num mosteiro em Oña, Espanha, e seu trabalho serviu de base a vários educadores de surdos.

Ponce de León estabeleceu uma escola para surdos no mosteiro. Os seus alunos eram todos crianças surdas, filhos de nobres ricos. Ensinava-os a falar, ler, escrever, rezar e a conhecer as doutrinas do cristianismo. Alguns surdos conseguiram aprender latim. A preocupação dos nobres em educar os filhos não era integrá-los na sociedade mas sim fazer com que os seus direitos relativos a heranças fossem respeitados para não haver dispersão de bens.
Ponce de Léon não concordava com Aristóteles e provou que os surdos tinham capacidades intelectuais, alguns aprenderam filosofia natural e astrologia.
Ponce le Léon criou um alfabeto manual que ajudava os surdos a soletrar as palavras.

Juan Pablo Bonet foi a primeira pessoa a aproveitar o trabalho de Ponce de Léon.

Em 1620, publicou um livro em que se apresentava como o inventor da arte de ensinar o surdo a falar, com o título Redução das Letras e Arte para Ensinar a falar os Mudos, o primeiro tratado, a nível mundial sobre fonética espanhola e geral.

O seu método explicava que era mais fácil para o surdo aprender a ler, se cada som fosse representado por uma forma visível invariável: o alfabeto manual (dactilologia).
Apesar de utilizar a dactilologia, Bonet proibia o uso da língua gestual e, por essa razão, foi considerado, por alguns autores como o primeiro educador a utilizar o método oral puro.

O seu método inspirou os principais pensadores do método oralista como Jacob Rodrigues Pereira, Amman e Wallis.

John Bulwer (1614-1684) foi um médico inglês que, ao observar dois homens surdos a argumentarem em língua gestual, acreditou que a língua gestual era muito importante na educação dos surdos. Foi o primeiro inglês a desenvolver um método para comunicar com os surdos e com os mudos.

Bulwer publicou algumas obras importantes onde falava sobre os movimentos da fala e os gestos usados no discurso; relacionava a surdez e o problema da linguagem; e fez uma recolha de expressões naturais, efectuadas pelas mãos,
Bulwer acreditava que a linguagem produzida pelas mãos era a única linguagem natural dos surdos.
Foi a primeira pessoa a tentar criar uma academia para surdos, mas sem sucesso.

John Wallis dedicou-se ao estudo da matemática e a outras áreas de estudo, nomeadamente a surdez. Wallis baseou-se no método de Pablo Bonet e escreveu, em 1698, o primeiro livro inglês sobre a educação de surdos.
Depois de tentar ensinar surdos a falar, acabou por desistir deste tipo de ensino, insistindo mais no ensino da escrita.
Assim como os seus antecessores, usava gestos para ensinar os surdos.
Apesar disso, foi considerado o fundador do método oralista, em Inglaterra.

Konrad Amman foi muito influenciado por Pablo Bonet, mas atribuía mais importância à leitura labial. Considerava que era a fala, uma dádiva de Deus, que dava à pessoa o estatuto de humano. Assim, considerava que os surdos privados da fala eram quase animais.
Amman acreditava que o uso da língua gestual não levava ao desenvolvimento da fala e do pensamento.
No entanto, utilizava alguns gestos e o alfabeto manual como meio de atingir a fala. Escreveu a obra Surdus Loquens que serviu de base à construção do modelo alemão para a educação dos surdos.

Abade de L´Epeé foi criador da língua gestual. Utilizava a língua gestual para ensinar a escrita, mas não a considerava uma língua com gramática.
L´Epeé construiu um sistema que usava a língua gestual na ordem gramatical do francês.
Os alunos conseguiam ler e escrever qualquer texto em francês gramaticalmente correcto, quando ditado em língua gestual.

Epeé desenvolveu um método novo na educação de surdos e teve a humildade de aprender a língua gestual com os surdos para poder, através dessa língua, construir o seu sistema e educá-los

Os seus principais contributos para a educação de surdos foram:
- Criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris - a primeira escola de surdos do mundo;
- Atribuição aos surdos do estatuto de humanos, ao reconhecer a existência da sua língua;
- Passagem da educação individual para a educação colectiva;
- Constatação de que o tempo que se perdia a ensinar o surdo a falar, devia ser aproveitado para educá-lo;
- Demonstrações a nobres, filósofos e educadores, comunicando em língua gestual, e os surdos respondendo por escrito.

Jacob Rodrigues Pereira foi um educador de surdos que utilizava gestos mas defendeu sempre oralização para os surdos.
Foi em França que desenvolveu o seu trabalho com surdos. Usava o alfabeto manual para o ensino da fala. Os seus métodos baseavam-se na crença de que a configuração da mão designava a posição e os movimentos dos órgãos de fala aquando da produção do som, além das letras usadas na escrita para representar o som.
Jacob Rodrigues Pereira modificou o alfabeto manual de Bonet, fazendo corresponder a cada gesto, um som.
Thomas Braidwood fundou uma escola de Surdos, em Edimburgo (a primeira escola de correcção da fala da Europa). Foi influenciado por Wallis, usava o alfabeto manual e ensinava palavras escritas, os significados e as pronúncias.


Samuel Heinicke ensinou vários Surdos a falar, criando e definindo o método hoje conhecido como Oralismo.

Os seus métodos de ensino eram só orais, diferentes dos usados hoje. Estes consideravam que a primeira prioridade no ensino às crianças surdas era a linguagem falada e que a língua de sinais poderia prejudicar esta aquisição. Porém, ele e seus seguidores utilizavam os sinais e o alfabeto digital como instrumento para atingir a fala.

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